Desmistificando o Mobiliário Corporativo

Confira este interessante artigo da Edição #78 da Revista By

O Brasil de hoje, apesar de toda a onda de crise que o assola, possui parques moveleiros corporativos muito avançados, com processos eficientes e padrão de atendimento mundial. Tais características se refletem na qualidade de alguns produtos, e no atendimento diferenciado ao exigente mercado consumidor.

Uma das premissas da produção moveleira atual, ao menos as encontradas na boa indústria, é a prática da sustentabilidade, aliada ao design dos produtos, criados para valorizar a funcionalidade, a qualidade e a durabilidade, utilizando-se de madeira de cultivo de reflorestamento, bem como o uso racional das matérias-primas.

Um layout corporativo precisa ser dinâmico, acompanhar a evolução das tecnologias, dos mercados, das necessidades usuais e principalmente posturais 

A funcionalidade do móvel corporativo, aliada à praticidade e à visão do meio ambiente, contribui para tornar melhor a vida das pessoas e do planeta, criando diferenciais que agregam valor ambiental e comercial aos negócios.

A procura pela obtenção do CADRI – Certificação de Aprovação para Destinação de Resíduos Industriais, tem sido uma constante da boa e consciente indústria de transformação moveleira, ratificando os termos da Instrução Normativa nº 01 de 19 de janeiro de 2010 do Governo Federal, que versa sobre a obrigatoriedade na contratação de bens e serviços, desde que obedecidos os critérios de sustentabilidade ambiental, considerando os processos de extração ou fabricação, utilização e descarte dos produtos e matérias-primas.

Falando em sustentabilidade, a indústria moveleira corporativa se destaca dentre outras indústrias moveleiras, e é compreensível.

Todo o desenvolvimento de um novo produto corporativo (estações de trabalho e complementos), além de primordialmente visar as questões ambientais, deve atender a três básicas premissas que são: customização, design e ergonomia presente.

Via de regra, quando falamos em móveis para escritórios, ou móveis corporativos, a modularidade é a principal característica na criação dos específicos produtos deste setor e suas derivações, o que remete diretamente ao melhor aproveitamento nos processos de cortes de chapas de MDF ou MDP, gerando baixa quantidade de resíduos sólidos, contribuindo para um baixo consumo de outros insumos diretos, como a energia elétrica por exemplo.

A indústria especializada na produção de mobiliário corporativo, é antes de mais nada uma indústria de pesquisa e depois de transformação, pois muitos são os fatores a considerar antes de simplesmente produzir uma estação de trabalho.

A maioria delas contrata profissionais de criação, como designers ou arquitetos especialistas,  para desenhar suas linhas, e é mais complexo do que se imagina, pois uma estação de trabalho pronta para uso, precisará estar dentro de outras conformidades que aquelas previstas nas recomendações de
ABNT-NBR-NR17 e outras tantas.

Toda a Infra estrutura prevista em layouts, a distribuição física das estações de trabalho e os pontos de rede, bem como o encaminhamento do cabeamento dentro de eletrocalhas dispostas sob tampos de mesa, ou ainda que navegue em biombos modulares, são questões meticulosamente pensadas pela indústria moveleira corporativa, antes mesmo de se criar o primeiro catálogo, seja ele técnico ou meramente ilustrativo, seja o posto de trabalho reto (plataformas) ou orgânico (em “L”), não importa, o fato é que tais postos ainda são indispensáveis.Com tudo o que sabemos sobre tecnologia wireless, ainda não nos permitimos conceber projetos de postos de trabalho sem conhecermos um pouco mais sobre Cabeamento e Infraestrutura de Redes Corporativas. Porque isto ainda é importante? Por que ainda precisamos de velocidade independente, via cabeamento estruturado.

Ainda precisamos de um Rack, pois precisamos concentrar os diversos equipamentos e cabos que possuem ligações entre si, ainda precisamos de Switchs e Roteadores para tornar possível a comunicação entre as estações de trabalho de uma mesma rede, ou de segmentos de redes diferentes, ainda precisamos de Patch Cord, amplamente utilizados para a interligação entre os diversos equipamentos do sistema de uma rede estruturada, facilitando assim manobras necessárias tanto na instalação de novos pontos na rede, como para a substituição de pontos já existentes.

OK, mas qual é a relevância disso tudo no processo de criação de estações de trabalho?
A resposta é simples: previsibilidade de subida, descida e acomodação organizada de equipamentos, cabeamento de dados, telefonia e elétrica.

A essência do mobiliário corporativo remete a viajar em possibilidades dentro de um desenvolvimento de layout de escritórios e este conceito deve nascer do arquiteto, pois quem o contrata espera por isso, e é preciso levar em consideração algumas premissas:

– um layout corporativo precisa ser dinâmico, acompanhar a evolução das tecnologias, dos mercados, das necessidades usuais e principalmente posturais, envolvendo direta e objetivamente fatores como ergonomia aplicada; acessibilidade; mobilidade; flexibilidade e permitir rápidos remanejamentos, o que, só é de fato possível, quando o produto oferece “modularidade”.

Já quando falamos na indústria moveleira de planejados, dentro do mercado em que ela está estabelecida e focada, ela é imprescindível, criando verdadeiras obras de arte no desenvolvimento de quartos, cozinhas e outros complementos que exigem outras acomodações, mesmo em algumas áreas menores de escritórios elas são extremamente funcionais, em home offices por exemplo.

Planejamento de escritórios não remete a móveis planejados adaptados para escritórios, pois são completamente distintos na concepção, logo não possuem a mesma e eficaz aplicação. Um layout de cozinha ou um quarto planejado possuem o viés de permanência, são estáticos, imóveis. Já um layout de escritório pode sofrer a qualquer tempo, alterações, complementos, reduções, ou seja, não podem estar engessados…definitivamente não podem.

No âmbito do planejamento de escritórios, o arquiteto tem assumido um papel bem mais relevante do que o simples projetar, ele tem se tornado por convicção, parceiro estratégico, principalmente quando coloca diante de seus clientes, a importância de tais diferenciais, trazendo segurança decisória e a certeza do caminho verdadeiramente adequado a necessidades específicas.

Sobre o autor:
Paulo Fernandes
sócio diretor da Valeflex/sjc